sábado, 6 de dezembro de 2008

Tara McPherson me atrapalhou hoje



Tara McPherson me atrapalhou hoje. Bitch! No meio de uma reunião de um projeto (maravilhoso! Meu Deus, tô tão empolgada!), sobre o qual ainda não posso falar (se não, pode não se realizar...e isso é sério), recebi a revista +Soma, fodérrima, que é distribuída gratuitamente, mas dificílima de encontrar. E logo na capa estava essa ruiva com um buraco de coração. Tive uma epifania com essa imagem e as que se seguiram. Realmente, tenho uma quedinha para o surrealismo pop. Com certeza, esses artistas devem ter sido humilhados por muita gente renascentista cultista louca que despreza a mistura de elementos do universo pop com a sagrada arte da pintura. Acho que gosto dessa trangressão, desse estar sozinho. Sou uma eterna out sider. Somado à paranóia de observar o trabalho de Tara, descobri o blog de uma namorada de um amigo meu, adicionando pessoas no orkut, e a garota acabou de lançar seu livro de forma independente. Isso me fez pensar no meu livro, parado pela metade e, eu, simplesmente incapaz de terminá-lo depois de 3 anos de investimento. De volta ao post anterior, quando minha prostituição vai acabar e eu conseguirei seguir meu caminho? Tenho tanta coisa ao mesmo tempo e agora vêm as contas. Ano que vem, serei obrigada a comprar um carro e acabar com o caos familiar.Terei de assumir prestações, virar gente, ter salário fixo. E quando, em meio à minha busca de dinheiro extraído por meios não-artísticos, que eu vou ter tempo para escrever meu livro (que envolve sublimação, observação do mundo e não ter um objetivo)? Se alguém puder me responder, sou grata. É...eu sou uma pessoa ansiosa. Recomendam algum floral?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Diablo Pat






Por quer alguém com nível superior e que ganhou um Oscar (amado cara de dourado dos amiguinhos do norte) poderia um dia ter sido stripper? Logo que descobri que Brook Busey, ou Diablo Cody, tinha sido dançarina noturna (expressão para os olhos das damas exageradamente cordatas) e atendente de tele-sexo, ouvi dizer que suas razões eram baseadas no tédio do mundo coorporativo. Compreensível. Emprego de assistente júnior em operações de transferência de clientes do setor de origem para o novo setor regimentado de acordo com as novas regras do Conselho Mofado Daqueles Que Andam Becados E Não Falam Se Não For Por Seus Celulares com a maravilhosa oportunidade de promoção para técnico júnior da ouvidoria do setor...tédio, tédio, tédio. Por favor, velocidade, cores, uma lobotomia!!! Como eu disse, compreensível. Então, logo me identifiquei com ela. Principalmente porque ninguém é obrigado a trabalhar nesses empregos-cor-branca, mas ela trabalhava porque é isso que consta no documentado registrado em cartório que se refere no artigo terceiro que sua criação não permite empregos na área criativa e sim a morte pelo desinteresse parcial até o completo pela vida! Ela precisou virar puta (ela não deu, mas usa o termo) para poder ser escritora. E eu entendo todo esse extremismo.




Encontrei minha puta interior e fugi com ela


Courtney Love





Fico pensando o quanto eu vou ter de jogar fora só para deixar de culpar os outros e virar dona dos meus erros e das minhas escolhas...





O livro começa bem engraçado, mas caminha para trechos muito pesados e para a decisão de Cody de largar a indústria de sexo por um motivo que eu nunca teria imaginado. Vamos ver se vocês descobrem!





segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Cinderela Urbana


A leitora desse blog, Raízza, fez uma entrevista para uma matéria da escola sobre alguém que tinha uma profissão que ela admirava e eu fui escolhida! Estou me sentindo uma Cinderela, cheia de calos do salto e pulmão nem tão rosinho e angelical. A entrevista segue abaixo! Meu Nobel!



Entrevista


Perfil:

Patrícia Colmenero, 22 anos, formada em Letras Português na Universidade de Brasília (UnB).
Profissão: Muitas! Escritora por amor, redatora por amor, professora por necessidade e estagiária de imobiliária por necessidade.
Escrevo e sempre escrevi drama. Comecei escrevendo romances que não passavam de 15 páginas, porque eu lia e odiava, e jogava tudo no lixo antes que realmente tomasse forma. Depois de ler Sylvia Plath no segundo ano da escola, comecei a escrever poesia. Escrevi só poesia até o segundo ano de faculdade. Nos dois anos seguintes, comecei a escrever o meu romance que escrevo até hoje, um ano depois de formada. Atualmente, tenho tido dificuldade de continuar a produção do romance, porque tenho 3 empregos! Além disso, a vida anda boa e não consigo mais pensar de forma tão deprimida e corrosiva como a personagem. No momento, não sei se continuo o romance ou se tento outras formas de literatura. Para o ano que vem, planejo começar uma faculdade de jornalismo e estudar um semestre fora, trabalhando também.

Perguntas:

Aluna: Em que área você exatamente trabalha, e quais são os seus objetivos?
Patrícia: No momento trabalho na área de Letras e de Jornalismo. Escrevo matérias para uma revista local e dou aulas de redação. Meus objetivos atuais são trabalhar com jornalismo em uma revista conceituada da área cultural. Penso na Rolling Stone. Mas, se eu der muita sorte, queria escrever roteiros para seriados da HBO. Infelizmente, na área artística, é difícil se preparar, você tem que se jogar mesmo. Como me formei no final do ano passado, tirei esse ano para sentir o mercado de trabalho e descobrir, realmente, do que se trata a vida. Conclui que, na minha área, só vou ter desilusão, portanto, quero me formar em jornalismo agora. Não quero dar aula nem revisar texto. Quero que os outros leiam os meus textos e não o contrário. Logo que me formei, queria viver de escrever romances, mas agora que estou trabalhando, vejo que é difícil manter o meu plano, pelo menos, por enquanto. Não quero me afastar da escrita, mas agora terei de usá-la para um feedback imediato. Por isso, o jornalismo. Preciso ganhar dinheiro com a escrita, porque qualquer outra forma, para mim, é completamente sufocante.
Aluna: Como é o seu processo de criação? Você cria uma macro-estrutura com idéias prontas ao passar para papel, ou começa com uma inspiração deixando-a fluir?
Patrícia: Quando comecei a fazer o meu romance, fiquei um ano só bolando a estrutura, montando os personagens, decidindo a história, a linguagem, o uso de intertexto, etc. Depois de todo esse trabalho que eu comecei a escrever. Mas cheguei a escrever umas vinte páginas que joguei fora, depois que mudei a estrutura mais uma vez. Na hora de escrever, tem dia que dá para deixar fluir porque o fluxo está muito criativo, mas, a maioria das vezes, escrever é um processo árduo, racional, resíduo de anos de estudo e, principalmente, experimentação. Muitas vezes, escrever é um martírio, mas ver o resultado é uma grande alegria.

Aluna: Você poderia falar alguns conceitos importantes para a prática da literatura atualmente?
Patrícia: Na minha visão, hoje, é importante você ser uma pessoa conectada com a realidade, porque acho um verdadeiro saco alguém escrever "porque vós sois a luz de minha vida, blá blá blá", porque essa linguagem não faz o menos sentido hoje, a não ser que seja para fins de uma estilização inteligente como o fazia Hilda Hilst com os seus arcaísmos e também Guimarães Rosa. Outra coisa importante é ler muito. Não dá para escrever bem sem ler bastante também. Você tem que ter objetivos e saber o que está fazendo.
Aluna: Em quem você se espelha?
Patrícia: Me espelho principalmente em Hilda Hilst, porque é uma brasileira fantástica. Nunca vi alguém que escreva como ela. Deveria ser literatura obrigatória nas escolas.


Comentários:

Percebemos que não é fácil o conceito assustador chamado futuro. Pois é realmente uma competição, tentamos ao máximo visar aquilo que seja mais lucrativo e que simultaneamente sentiremos prazer em exercer, que é na maioria das vezes é intocável. E é por isso que optamos por algo qualquer, que talvez futuramente nos arrependeremos, sempre perseguidos pela dúvida. Além de visarmos aquilo que temos dom e que gostaríamos de fazer, devemos também olhar principalmente o campo de trabalho. Mas é fato, sempre damos de cara com frustações e arrependimentos, por isso é bom pensar e pesquisar desde cedo. Não temos que ser simplesmente bons, e sim os melhores, e é isso que faz a diferença quando se trata de milhões de pessoas correndo atrás de um mesmo objetivo. Parece algo fácil, e como estamos acostumados com um mundo imediatista, e sempre deixamos para pensar depois, e deixar que o tempo resolva.


Aluna: Raízza Marins Monteiro de Barros.
Obs: Acabei de ler Minha Vida de Stripper! Posto um comentário aqui no próximo post!