quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Retrospectiva Introspectiva?

Como eu fazia no meu blog antigo, vou fazer uma retrospectiva de 2008 muito mais interessante do que a da Globo. O ano começou e eu estava recém-formada, mas não colada, desempregada, de coração partido, mas disposta a reformá-lo. Criei esse blog no dia 7 de janeiro, decidida a ser corajosa dessa vez, para mostrar minha literatura para quem quisesse ver. Logo na metade desse primeiro mês, conheci o Fabio e escrevi O epicurista, porque ele me ensinou muito sobre me divertir. E esse é um dos grandes marcos do ano. Em março, me colei em um dia e, no outro, comecei meu novo emprego: revisora em uma empresa de concursos públicos. Não demorou muito para eu concluir que revisão é um serviço que só é percebido quando você erra. Além disso, desde sempre eu tinha feito Letras para escrever e não para ler o que os outros tinham feito. No mundo do trabalho (porque antes eu era só estagiária, outra classe), no mundo dos funcionários, descobri que a minha calça jeans me transformava, de repente, numa adolescente descerebrada, que vivia no mundo da lua. Não importava o quanto eu me esforçasse, a minha imagem bloqueava as ligações nervosas da minha chefe e ela sempre repetia “ela é poeta” como sinônimo de “incompetente”. Em outras palavras, poetas são preguiçosos, inativos, e nada práticos. Então, surgiu a minha business woman. Comprei calça social, sapato, o escambau. Do nada, ouvi um “quem diria, achei que você não ia dar conta porque era poeta”. Ok, nada melhor do que muito preconceito imbecil para me inspirar para páginas e páginas do meu livro sobre o universo burocrático. Obrigada, chefa, usei todas as histórias que você me contou. Depois, tentei revisar uma revista para ver se me aproximava do ideal de usar o teclado. Mas acabei encontrando uma das pessoas mais piradas e prepotentes que já conheci. Tenho de apresentá-lo à Madonna. Então, pedi demissão do maluco e acabei sendo, também, demitida por falta de verba da empresa. De repente, desempregada, de repente, muito sortuda! Aproveitei minhas férias inesperadas e dinheiro juntado para ir para Argentina, aproveitando a última levada de felizes turistas que fugiram da crise sem nem saber que ela viria. De volta ao Brasil varonil, e novamente desempregada, fui parar em uma imobiliária seduzida pelas promessas de enriquecimento fácil, o que se encaixava com perfeição nos meus planos de ir para a Nova Zelândia. Mas a crise (parem de hipotecar!) estourou o preço dos pacotes para estudantes e, realmente, fodeu com os meus primeiros dias de corretoras que foram regados a um tédio desesperador. Cadê meu dinheiro?! Ok, depois disso, se passaram 3 meses, e cá estou eu, escrevendo na véspera de Natal sobre esse ano. As conclusões do ano são 3:
1 – Por mais incrível que pareça, consegui vender o suficiente nessa loucura e, se não fosse a crise, eu realmente poderia bancar a minha viagem para a Nova Zelândia. No meu típico questionamento interno, eu achei que não conseguiria. Isso me leva a uma conclusão – eu tenho que parar de duvidar tanto da minha capacidade.
2 – Ficar mais de três meses (meu antigo recorde) com uma pessoa que você ama é grande parte da salvação do desespero do dia-a-dia.
3 – Tenho de fazer o que acredito sem esperar por um sinal verde.
Espero que o ano de 2009 seja ótimo para todos nós. Piegas, mas verdadeiro! Para 2009 planejo lançar meu livro, aplicar The Secret e conseguir ficar no mesmo emprego por mais tempo. Ajudem-me e escrevam suas retrospectivas também! Adoro! (Tô me transformando numa tiazona...)